sábado, 27 de dezembro de 2014

O jornalismo em Redondo

O primeiro semanário noticioso, literário e político foi "A IMPRENSA LIVRE". Que se vendia na loja de J.M. de Almeida Rico.
 
Teve por seu responsável, D.A. Gomes Percheiro, fundador e redator principal. Iniciou em 7 de Novembro de 1886 e suspendeu em 15 de Abril de 188, com o nº 101. Tendo sido impresso em Redondo até ao nº 40, e a partir do número seguinte em Évora. Era Impresso a cinco colunas e publicava de uma maneira geral folhetim.
 
Colaboradores: G.P., D.A. Pitta Simões, Domingos Gomes Percheiro, Francisco Ramos, P.C., Numa Pompílio, Antero de Quental, João de Deus, W., Plínio, Lourenço Ganganell, Luís, José António, Rosa Munhoz, José Augusto, Jayme de Séguier, Teófilo Braga, Gonçalves Crespo, DR. J.P. Nolasco e Primo José da Silva.
 
 
A 19 de Dezembro de 1886 inicia-se "O REDONDENSE" , folha semanal, política, literária agrícola e noticiosa, órgão do Partido Progressista no Redondo. Em 1889 ainda se publicava. Redação e administração Terreiro do Paço nº4 em Redondo.

 
 
 
 
"CORREIO DO ALENTEJO" folha semanal, política, literária e noticiosa, que militava no partido Progressista. Publicava-se aos Domingos.
Iniciou a 23 de Julho de 1893, em 1896 continuava a publicar-se com o nº 110.

 
 
 
 
A 8 de Dezembro de 1898 iniciou "O SUESTE" jornal político, agrícola, literário  e noticioso.
Suspendeu com o nº28 em 1899, em virtude da retirada do seu dirigente, João Perdigão.
No nº 4, de 1 de Janeiro de 1899, foi inteiramente dedicado à vila do Redondo.
 
 
"O LIDADOR"
 
Semanário Independente, Literário e Noticioso. Tinha por seu responsável, proprietário e editor Ruy Caramelo Rosa. Saiu em 3 de Agosto de 1902 (na imagem o nº 1 propriedade de Luís Mocho), e suspendeu em 1904 por falta de saúde do seu proprietário.
 
 
Em Agosto de 1905 sai o primeiro número do "AVANTE" semanário Literário e Noticioso. O seu cabeçalho é ilustrado, tendo por fundo o Sol raiando e iluminando o título do jornal «AVANTE». Tinha por seu responsável, editor Luís Lopes Bruno. Terá suspendido no nº3 de Novembro de 1905.
 
 
 
"SERRA D´OSSA"
 
Quinzenário defensor dos interesses regionais, e mais tarde passou a órgão Regionalista. Propriedade da empresa Serra D´Ossa.
Teve por elenco responsável, Diretor, Leandro E. Alves; Redator, A. Queiroga Santos; Administrador, Francisco Vieira Lapa; e por Editor, João Ramos Faustino.
Nº 1 de 1 de Janeiro de 1920 (propriedade de Luís Mocho)
 
Durante toda a sua publicação, teve várias remodelações redatorial bem como de formatos. Suspendeu em 31 de Março de 1929 (VII Ano).
 
 
 
 
Seguiu-se depois o Quinzenário "ALMA NOVA"  independente, jornal de gente moça, rapazes que começam agora a lançar-se na vida, tendo por lema « Um só rosti e um só parecer». Tem o cabeçalho desenhado por F. Batalha. Ao lado direito as armas da Vila do Redondo, e o título enquadrado num retângulo. Iniciou em 1 de Agosto de 1929 e suspendeu ao nº 12, de 19 de Janeiro de 1930.
 
 
 
"NOTICIAS DO REDONDO"
 
 
Semanário regionalista independente, noticioso e literário. Tinha por responsável Luís Morais Caeiro. Ao nº 13, de 28 de Outubro de 1934, passou a propriedade da Comissão da União Nacional de Redondo. Também este mudou de aspeto gráfico no cabeçalho, durante a sua publicação. Iniciou-se em 14 de Janeiro de 1934 e suspendeu em 4 de Outubro de 1935.
 
 
 
"VOZ DO REDONDO" jornal quinzenário religioso, órgão da Fábrica da Igreja Paroquial. Iniciou em 1 de Outubro de 1962 e suspendeu ao nº21, de 15 de Agosto 1963.
 
 
"PI" Jornal editado pela Escola Secundária de Redondo. Nele colaboram jovens alunos.
 
 
 
Fica o convite, a quem interessar, a publicação de um Jornal em Redondo, tal como o fizeram, e bem, no passado. Estou disponível para iniciarmos este interessante como proveitoso projeto.
 

 

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Teatro João Anastácio Rosa

Foi em 1839 que começaram a construção do Teatro João Anastácio da Rosa, com dinheiro de acionistas e alguns donativos.




Ardeu a 27 de Março de 1932.

João Anastacio da Rosa

Ilustre artista dramático, nascido em Redondo pelos anos de 1816, e falecido em Lisboa em 1984.
 
Filho de pais humildes, nas horas que o trabalho lhe deixava livres, entretinha-se a desenhar, e tão notáveis tendências revelou para essa arte que uns amigos dos pais se quotizaram para o mandar estudar.
 
 
 
Efetivamente foi para Lisboa, matriculando-se na aula de desenho do Convento de São Francisco.
 
Parece mesmo que os seus protetores projetavam que ele seguisse a vida monástica.
 
Tendo, porém, um conflito com os frades, abandonou o convento, o que o colocou em bem criticas circunstâncias.
Esteve depois na Ajuda, como discípulo do pintor Taborda, e foi valiosamente auxiliado pelo patriarca de Lisboa, Frei Francisco de São Luiz, que era seu patrício.
 
Com a guerra civil teve que pegar em armas e quando a luta findou viu-se com as divisas de Sargento e sem um rumo certo na vida. Pedindo baixa, ganhou o pão de cada dia fazendo retratos.
 
Constando-lhe um dia que na Rua dos Condes se achava um francês, de nome Emílio Doux, que dava gratuitamente lições de declamação, o moço pintor foi procura-lo.
 
Emílio Doux aceitou-o, ensinou-o e reconhecendo-lhe uma decidida vocação para o teatro, principiou a confiar-lhe papéis de importância, o primeiro dos quais foi no drama A Torre de Nesle.
 
O seu destino estava traçado. Rosa foi, daí em diante, o tirano de todas as peças, e tanto gesticulou e gritou, como era costume nesse tempo em que os dramas se representavam aos berros, em atitudes trágicas, que adoeceu de certa gravidade.
 
Arrasado da garganta foi para Cauterets, onde as águas daquela região o melhoraram consideravelmente.
 
Quando regressou a Lisboa, entrou num sarau, recitando o Camões de Palmeirim, sendo entusiasticamente aplaudido (1846). Data dessa época o prestígio do grande artista que tanto honrou a cena dramática.
 
Escriturado para o Teatro de D. Maria ali representou todo o seu reportório que é enorme.
 
Rosa foi sempre um grande artista dominando os públicos pelas suas brilhantes qualidades.
 
Ainda ninguém fez como ele o Romeiro do Frei Luís de Sousa, como ninguém o excedeu no Fidalgo pobre em que era admirável.
 
Indo a Paris subsidiado pelo Governo para aperfeiçoar-se na arte de representar, ali conviveu com os mais ilustres artistas da casa de Molière.
 
Rosa, diz um biógrafo, não era só um grande ator, era também um excelente ensaiador e o seu gosto e os seus conhecimentos artísticos e históricos ( que os tinha em alto grau) faziam em que fosse inexcedível em montar uma peça.
 
Artista consumado, pintor e escultor notável como o provam algumas obras que deixou, entre outras, o Busto de Garrett que se acha no Teatro de D. Maria, eram várias, porém, as suas aptidões.
 
Assim, uma vez lembrou-se de estudar a questão do calçado inventando um calçado impermeável, empregando uns poucos de anos na tarefa de fazer adotar esse calçado pelo exército. Por essa ocasião estabeleceu na capital um armazém de calçado.
 
O ilustre artista era condecorado com a Comenda de Santiago.

domingo, 21 de dezembro de 2014

Em 1418...

...uma carta de D. João I deu á vila de Redondo um notável privilégio: o de obrigar a passar por ela quem fosse ou viesse de Vila Viçosa ou Alandroal, é evidente que desta obrigação, contribuía sobremaneira para o desenvolvimento comercial e industrial da Vila.

Já em 1900...

Redondo, Nossa Senhora na Anunciação.
 
Está situada numa planície, junto da Serra D'Ossa, a 34 km da capital do districto.
 
Diz-se que seu nome proveio dum grande rochedo redondo que existiu onde hoje se veêm a igreja da Misericórdia e o seu Hospital.
 
Géneros agrícolas. Gado e caça.
 
Estradas para Vila Viçosa, Alandroal, Estremoz, Évora Monte, Reguengos e Monsaraz.
 
Estação do caminho de ferro (de Azaruja) a 20km, e de Évora 34, pela qual se faz o transito de mercadorias e de passageiros para Redondo.
 
Agências Bancárias e comercial; associação de socorros mútuos; lagares de azeite; Caixa económica; construtores de carros; fabrica de cortumes; hospedarias; fabricas de loiça de barro e de moagem a vapor; Misericórdia e Hospital; farmácias; escolas para ambos os sexos; Recolhimento colégio Nossa Senhora da Saúde;  fabrica de rolhas; sociedade de recreio; Theatro João Anastácio da Rosa; fabricantes de tecidos; de telha e de tijolo; Typografia. Carvão, Cera, Mel, cereais e cortiça. A plantação de videira tem tido nos últimos tempos um grande desenvolvimento.


 
Estação Telegrapho-postal de 2ª classe com serviços de valores declarados, encomendas postaes, cobrança de títulos, letras obrigações e vales.
 
Carreira diária de diligencias entre a villa e Évora.
 
Feiras desde 25 a 28 de Maio, e desde 4 a 6 de Outubro.
 
Pátria do notável actor João Anastácio da Rosa.
 
A Vila de Redondo era neste tempo muito industrial como também já o era alguns anos antes, nomeadamente desde 1708. 

sábado, 20 de dezembro de 2014

A 15 de Maio de 1895 a revista Occidente publica


A Villa de Redondo está situada em uma fértil planície junto à serra D’Ossa, na província do Alentejo, 33 kilometros  ao N.E. de Évora e 150 ao S.E. de Lisboa.
É cabeça de concelho e de comarca, com 850 fogos, constando o concelho de sete freguesias, Adaval, Freixo, Monte Virgem, Montouto, Redondo, Santa Suzana e Zambujal, tendo estas freguesias 1:650 fogos e 5:000 habitantes.
 
O orago da freguesia da villa é Nossa Senhora da Anunciação.

A villa de Redondo é povoação antiquíssima e o primeiro foral de que há noticia é o de D. Afonso III, que lho deu no anno de 1250.
Teve depois um foral de El-Rei D. Diniz, em 1318, e em 1516 um novo foral de El-Rei D. Manuel.
 
O seu velho castello cuja construção primitiva se atribue aos romanos , foi mandado reedificar por El-Rei D. Diniz, mas de há muito que cahiu em completa ruina.
 
 
 
Os habitantes desta villa são muito laboriosos e tanto a industria agrícola como outras suas derivadas tem tido notável desenvolvimento nesta fértil e formosa terra do Alentejo, que entre os brazões que a recommendam , se orgulha justamente de ter sido o berço do actor João Anastacio da Rosa, falecido em 1885, e que ali nasceu.

Foi primeiro conde de Redondo D. Vasco Coutinho, que já era conde de Borba, feito por D. João II em 16 de março de 1486.

A esta família pertencem também os marquezes da Minas de que foi o primeiro titular D. Francisco de Sousa, por mercê de D. Filippe III, em 2 de Janeiro de 1608.

Texto transcrito tal como o original by Luís Mocho

Ao que venho....

Pretendo com este Blog, dar a conhecer o Redondo de outros tempos. A sua Origem, a sua História, assinalando algumas datas importantes no desenvolvimento da Vila, passando também pela Serra D'Ossa e o seu Convento, bem como retratar figuras ilustres da nossa Vila, que muitas vezes nos passam despercebidas, por exemplo, o Dr. Hernâni Cidade, entre outros, que foi um vulto muito notável da cultura nacional, que muito honra e dignifica a Vila que o viu nascer.

 
 
Um bem Haja a todos,
 
Luís Mocho