sexta-feira, 19 de junho de 2015

Cancioneiro Popular da vila de Redondo 1929

Do Castelo de Redondo
Avista-se Alandroal
Vêem-se terras de Espanha
E quasi meio Portugal.
 
 
 
Redondo não é cidade,
Nem disso terá desejo,
Mas é a vila mais bela
que existe no Alentejo.

Adeus, aldeia da Serra,
Que é onde tenho o meu bem.
Se eu vou daqui até lá
É porque ele cá não vem.

Meu amor não é daqui
É dalém da Serra D´Ossa,
Não m vê porque não quere,
Não é porque ele não possa.

Eu sou natural dos Foros
E vivo no Adaval;
O meu amos é do Freixo
E mora no Zambujal.

Fui a um baile às Hortinhas
Andavam todos trocados
Os casados com as solteiras
E as solteiras com os casados.

Adeus, vila de Redondo,
Só tu me deste paixão;
É verdade não o nego,
Amor do meu coração.



Adeus, vila de Redondo,
Que tens o largo varrido,
As mocinhas que lá moram
É que tenho no sentido.

Adeus vila de Redondo,
Mal de ti nunca direi;
O mundo dá muita volta,
Não sei se pra lá irei.

De Redondo para Évora
É uma estrada seguida.
Amor, dá-me cuidado,
Não saber da tua vida.

Lá na vila de Redondo
Fazem-se pratos e tigelas;
Fazem-se telhas e adobinhos,
Alguidares e Panelas.

Adeus, vila de Redondo
Toda tu és um primor,
Não me posso conformar
Em lá não ter meu amor.


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